Pátria amada



Como é bom aquela época em que por onde quer que andarmos encontraremos panfletinhos espalhados pelas calçadas e ruas poluindo nossa cidade que está em perfeito estado de conservação.
Eu até diria que eu vivo para votar, e ainda por muitas vezes fico em dúvida sobre qual governador será melhor para nosso estado, ou será, o menos pior? Bom, eu não sei dizer, tenho dificuldade em me expressar sobre tal assunto de tanta felicidade que essa época me trás.
Junto todos os panfletinhos de diferentes candidatos com todas as suas miraculosas propostas de vida melhor para analisar com calma e ver em qual meu voto será dado, minha vontade era ter seis ou sete votos para cada um deles, tadinhos, lutam tanto para nos dar uma vida mais digna, e, encontro em quase todos as promessas de ruas asfaltadas, de postos de saúde com mais médicos atendendo, de... Hunn! Ah! De acabar com os pedágios, esse achei o mais interessante, sim, bem lembrado, os pedágios. E acreditem, estou aproveitando bastante em viajar porque com certeza sentirei falta dos pedágios, daquelas cancelas subindo de descendo uma a uma, vez por vez, carro por carro causando filas em dias de feriados prolongados ou fins de semanas quentes.
Ainda nem acredito que fazem eleições de quatro em quatro anos apenas. Quantos de nós brasileiros contamos os dias no calendário para chegarmos até a urna para depositarmos ali um votinho apenas? Quanta crueldade, um país com uma administração maravilhosa como a nossa, com parlamentares que não se vê um escândalo sequer, é muita injustiça ficarmos aproximadamente 1459 dias sem nos aproximarmos das urnas, não é mesmo? Ah, quase estava esquecendo, temos nesse intervalo as nossas eleições para prefeitos da cada cidade, mas... Não vale, não existem promessas virtuosas como a de construir vinte mil creches, ou de garantir que a crise econômica mundial quase não afetará nosso território, é... nos dá um pouquinho de diversão, mas o bom mesmo é ver nosso gravata vermelha sorrir diante dum microfone dizendo que não sabia de nada, que o nosso PT não viu nada, e que as distribuições alheias com o dinheiro público não é de seu conhecimento. Acreditamos em você companheiro, cegamente. Pois bem sei que você nunca mentiria para um povo que assistiu a sua vida como metalúrgico, e que gritou contigo quando perdeu o dedo.
É, espero ver nossa cidade toda suja novamente logo, pois não há prazer maior no mundo do que limpar a frente da minha casa todo dia com retratos dos exemplos de dignidade e confiança.
Eu só temo uma coisa, errar num voto um dia desses e me decepcionar com algum político corrupto. Livrai-me desse mal. Amém.



Amor que odeio amar

Eu te amo porque odeio
gostar de quem um dia acreditei
odiá-lo eternamente.
Jamais um dia encontrarei
em alguém tanto brilho nos olhos
que um dia odiei

Amar é um dom doado
que vem do infinito celeste (e vem)
Me carrega de primícias
conduzes por onde quer nossa vida
e o nosso coração adestre

Eu te amo porque odeio
enfadar-me com
meu coração em chamas
que me estufas sem pedir.
Odeio confessar
pelo amor passei a odiar.

A morte o amor enfrenta
pois parentes são
Seguirei escravo odiando
o brilho dos olhos que carrego no coração.
Jack Leins


MICAEL

"Nem mesmo todas as palavras amigas e todos os abraços aliviarão a dor da presença da morte, mas o orgulho que nos deixou aquele que se foi alivia toda a força que sufoca o nosso ser, a nossa alma e o nosso tenebroso coração."
Jack Leinz

Ideal equivocado






É como o sol pela manhã, irradia pela vidraça, pelas frestas da janela e sem pedir licença ilumina a esperança de cada manhã, rico e desejado, absurdamente desejado.
Muitas vezes não o entendemos, não aparece, fica tímido escondido por detrás das nuvens, com tanta beleza e tanta magnitude. Essas “escapulidas” podem ser confundidas com fraqueza, mas desistimos de insistir quando as nuvens se vão e o calor toma conta.
Veja, não é exagero compara-la com o sol, é importante a tal tamanha semelhança.
Alma rica, abriga todos os sentimentos mesmo que ficam ali, todos presos se esbarrando uns aos outros, esfomeada de sentimentos, poucos deles dispensáveis e nunca bem vindos, mas quem é que não tem sentimentos desprezíveis?
Seu coração contradita com sua maneira de pensar, fraca, mas ao mesmo tempo valente. Frágil, mas vencedora. O típico coração de mulher, misterioso, uma verdadeira incógnita para os que planejam surpreendê-la, quando pensam que a vencerá aí se da conta de que foi para o lado errado, alguns desistem pelo caminho, percebendo a inutilidade do seu esforço, admitindo que beleza e coisas boas da vida não é suficiente para vencer o seu coração.
Além de todos os requisitos perecíveis, é preciso ter inteligência, para ganhar o seu coração sim; pura inteligência. Alguém que vença os seus medos lhe entregando confiança, alguém que preencha todo o vazio mesmo que com o silencio, alguém que saiba transmitir através de palavras as mais profundas defesas em dificuldades à vida. Mulher como você precisa de alguém para um abraço quando sentir vontade de chorar, alguém com aquela mão amiga em seus maiores desprazeres, e por falar em chorar, alguém que não se dispõe a enxugar suas lágrimas quando derrama-las, mas sim; nunca fazer com que elas desçam o rosto abaixo.
Talvez o que tem dentro de ti nem mesmo você sabe; as ondas vem forte, com violência, te deixa atordoada, e o que você mais precisa muitas vezes você não tem, busca, busca, busca mas não encontra, e consequentemente ao não encontrar na sua terra, buscará em terras estranhas o antídoto para suas necessidades, é aí que erra, sabendo que está buscando em lugares proibidos, em jardins que carregam uma árvores repletas de maçãs interditadas pelas leis da vida, mesmo assim você come, sabe as conseqüências, mas come, porque sente fome.
Se o que sente é o vazio, procure a paciência, e depois com a paciência em mãos, você terá toda a inteligência para pensar em paz sobre tais conseqüências que terá, e com certeza encontrará a inteligência que te completa, que não há faz chorar, que tem a mão amiga sempre que precisa, e que te abrace quando sentir-se desabrigada, na chuva e sem as forças das pernas próprias para caminhar, a pessoa certa te carregará no colo, te dirá coisas alegres para sorrir e não sentir dor, para nunca mais sentir-se perdida.
Olhe a sua volta, a beleza um dia acaba, restará somente rugas e mãos trêmulas, mas se um dia escolher a paciência para encontrar a inteligência que te complete, caminhará sobre o meu mundo, o mundo do silencio e da singela e humilde vida, aquela que pra muitos é inútil, mas quem a vive sabe, sabe que não há felicidade maior no mundo do que viver para completar o seu próximo, quem sabe o seu único e grande amor, aquele que jamais a deixará na chuva.
Seja o sol, ele é inteligente porque sabe quando se esconder, e sabe muito mais quando se pode aparecer.
Um dia dito para sempre escrito e jamais esquecido.
Tentando entender a sua alma e o seu coração.
Muito prazer; Jack Leinz.

Que mundo é esse?








Já passamos por muitos sinaleiros em nossas vidas, qualquer lugar onde há um cruzamento movimentado, lá está àquelas luzes acendendo de tempo em tempo nos dando ordem para prosseguir ou parar, levando o trânsito a calcular menos acidentes no final das contas. Pois então, nesses sinaleiros vemos claramente o foco do nosso assunto, a desigualdade do mundo social.
Por aquele determinado lugar passam pessoas com carros de grande valor, passam pessoas que trabalham os sete dias da semana sem descanso algum, passam pessoas que ganham a vida e o “vicioso dinheiro” tortuosamente, passam pessoas que não tem um trabalho digno, pessoas que vendem o corpo para sobreviver, outras nem mesmo com um trabalho, outras que não tem onde comer, enfim, a imagem do capitalismo está ali naquele ou em muitos outros cruzamentos do mundo.
É ridículo dizer-mos que dentro desse “regime infame” há algo que podemos aproveitar, nem mesmo os marketing fajutos que nos trazem “facilidade e fácil acesso para uma vida melhor”, toda a composição que trás o tão obscuro sistema onde o dinheiro é a carta branca é desprezível, mas o problema é que nem todos pensam assim, o problema não está no capitalismo em si, e sim nas pessoas que vivem conformadas com a indecência mundial.
Quanta violência e quantas mortes estampam as capas dos jornais e revistas por culpa da competição em que vivemos, onde todos se importam apenas em ganhar mais, ser mais rico e mais poderoso, até mesmo em certas instituições, budistas, padres, cristãos procuram primeiramente o valor em números e depois o valor celestial. É muito fácil perceber que o cristianismo também vai para o ralo com o capitalismo presente, é como se “dois corpos não ocupam o mesmo lugar”.
Hoje já podemos dizer que sentimos saudade do cristianismo puro, se é que um dia existiu.
Sem culparmos o capitalismo como vilão percebemos que a tendência das igrejas da atualidade é a procura do dinheiro dos fiéis. Dei-me sua contribuição que Deus lhe trará muita paz e comunhão para com vida, é o básico do anuncio que sempre saí da boca do líder. Com aquele dinheiro a concessionária é o destino, um carro novo então aparecerá no pátio da igreja e todos ficam felizes, o carro novo do pastor/padre passa a ser sagrado, todos comentam sobre benção de Deus sem enxergar que aquele bem material saiu do bolso de cada fiel, mas eles acreditam apenas nos ensinamentos sobre ajuda financeira para com o “receptor das palavras de Deus”. Sinceramente é o cúmulo do ridículo, é uma enorme aula de manipulação social, e todos caem.
Ao invés de usar a manipulação para ganhar o maldito dinheiro, deviam fazer o que talvez seja a última salvação do mundo. Por na cabeça de cada ser humano que o capitalismo é algo banal, e que tudo na vida tem seu valor real, nada é insignificante, mudar a mente e o coração das pessoas é uma tremenda ousadia, ainda mais pensarmos que cada ser humano beneficiado com esse “regime” acreditaria que o mundo continuaria o mesmo a eles se tivessem que ceder algum bem, seria ignorância demais, portanto, como preceder para que todo o mal capitalista perca a força e o valor no mundo onde tudo tem um preço, até mesmo a vida.
Certa vez escrito pelo Pastor Ron Riffe no http://www.espada.eti.br/p124.asp, “A eternidade é para sempre (!) e é tolice demais sacrificar os tesouros do céu pelas riquezas deste mundo. No entanto, é exatamente isso que muitos cristãos fazem rotineiramente quando ficam enamorados com os bens materiais. Estou convencido que nosso Deus atribui soberamente a cada um de nós uma posição relativa na vida — nosso status financeiro e material, juntamente com as capacidades co-relacionadas (ou a falta de capacidades) pertinentes a essa posição. Sejamos francos, nem todos têm o intelecto ou a capacidade de acumular riqueza e lidar com ela da forma correta. Alguns têm essa capacidade e graças a Deus por eles poderem gozar os frutos de seu trabalho. Outros irmãos fazem o melhor que podem, mas passam a vida inteira lutando apenas para satisfazerem suas necessidades básicas de alimentação e vestuário. Experimentamos a verdadeira felicidade e o contentamento espiritual quando descobrimos qual é nosso nicho respectivo na vida e então fazemos o melhor que pudermos, enquanto pudermos! Entramos em problemas quando não estamos satisfeitos com a provisão de Deus e cobiçamos mais do que Ele sabe que é melhor para nós. Ambição e desejo de progresso material somente são naturais e corretos quando não forçamos a coisa. Se Deus quiser que prosperemos em nossos empregos e ganhemos mais dinheiro, Ele fará isso acontecer”. A visão do pastor é semelhante àqueles debates sobre destino, mas para cristãos ou simpatizantes da palavra divina a visão do escritor está perfeita, mas há controversas, falhas para críticos e defensores do livre arbitre, que jamais um dia concordará em destino, existe um grau de relatividade nessa polêmica que somente os defensores do dinheiro concordará em debater, o mundo das cifras ($) desembainhara a espada de ouro entrevendo as investidas pacíficas sobre um mundo melhor, é como Israel e Palestina, uma guerra sem fim.
“Outros elementos que caracterizam o capitalismo são as acumulações permanentes de capital; a geração de riquezas; o papel essencial desempenhado pelo dinheiro e pelos mercados financeiros; a concorrência, a inovação tecnológica ininterrupta e, nas fases mais avançadas de evolução do sistema, o surgimento e expansão das grandes empresas multinacionais”. É isso que o site http://www.renascebrasil.com.br/f_capitalismo2.htm, nos mostra, exatamente aí que surge o problema de nós reles mortais, a estrutura do capitalismo que acaba com o nosso prazer de viver, que faz acontecer tantos sinaleiros povoados de moradores anônimos, que dá a uns o lado mais cruel da vida e a outros o gozo do egoísmo que amedronta o coração carregado de bens materiais.
Acho que relatado as maiores alfinetas do intelecto anti-capitalista, resta dizer que a solução nunca chegará há uma fórmula, e sim continuará sendo uma incógnita, nem o pastor Ron Riffe será ouvido completamente, nem o sistema atual e doloroso beneficiará a todos dependentes, lemos os jornais e vemos que estamos cada vez mais longe de sermos um mundo igual, sem ao menos barrigas vazias.
Enquanto o impasse permanece seguiremos sofrendo, assistindo todos os dias pessoas tirando vidas por dinheiro, pessoas morrendo de fome por não ter um pedaço de pão seco e embolorado, seguiremos vendo o mundo se auto-destruindo, enquanto os egoístas beneficiados gastam em perecíveis o dinheiro que evitaria a morte e o desespero de pais inconsoláveis sem comida para por no prato dos filhos que roncam a barriga, muitas vezes mais alto que o choro que a fome causa.
Enquanto isso nos perguntamos: que mundo é esse?

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